resenha

A Transformação de Raven – Sylvain Reynard

1 jun 2015
Informações

a transformação de raven

sylvain reynard

arqueiro

série noites de florença #1

448 páginas | 2015

3.5

Design 3.5

História 3.5

Florença, o berço do Renascimento. Um lugar culturalmente fervilhante, perfeito para quem quer esconder segredos ou está em busca de uma segunda chance. Como a doce Raven, que se muda para a cidade na tentativa de esquecer os traumas do passado e se dedicar à sua maior paixão: a restauração de pinturas renascentistas.

Um dia, voltando para casa do trabalho na Galleria degli Uffizi, sua vida muda para sempre. Ao tentar evitar o espancamento de um sem-teto, Raven é atacada. Sua morte parece iminente, mas seus agressores são impedidos e brutalmente assassinados. Assustada e prestes a perder os sentidos, ela só consegue vislumbrar uma figura sombria que sussurra: Cassita vulneratus.

Ao despertar, Raven faz duas descobertas perturbadoras: uma semana se passou desde o ocorrido e ela se transformou por completo. Quando volta ao trabalho, mais uma surpresa: alguém conseguiu burlar o sofisticado sistema de segurança da galeria e roubar a inestimável coleção de ilustrações de Botticelli sobre A divina comédia.

Em busca da verdade, Raven cairá diretamente nos braços do Príncipe de Florença – tão belo quanto poderoso, tão sedutor quanto maligno –, que lhe apresentará um submundo de seres perigosos e vingativos, cujas leis ela precisa aprender depressa se quiser se manter viva e salvar os que a cercam.

A transformação de Raven marca o início da série Noites em Florença, cujos personagens foram apresentados em O príncipe das sombras.

Design

Ai Pessoas, eu já comentei que a Arqueiro tem altos e baixos com suas capas, né? Então, A Transformação de Raven caiu na lista das capas “ruins”. Tudo bem que não é uma capa original daqui, é uma adaptação da versão americana, mas ó… eu acho muito fraquinha.

Ela é basicamente uma colagem de vários temas do livro sobrepostos: uma moça de cabelos escuros, uma figura masculina sombria em um beco e a cúpula da igreja Santa Maria del Fiori, de Brunelleschi. Aí é só colocar uma camada de cor preta no photoshop para tentar fazer uma mesclagem das imagens e, voilà!, temos mais uma capa genérica. =/

Apesar de ter gostado da mistura de uma fonte em caixa alta e romana, lembrando a Trajan, com uma outra fonte mais cursiva no nome da personagem, acho que tem muita informação textual competindo na capa. Tem o título, o nome do autor (que é o mesmo de o inferno de gabriel e isso tem que estar na capa!), tem o nome da série e ainda tem uma citação. E mais a colagem de imagens! O.O

Mind blow

Não sei como funciona a tomada de decisão editorial de adaptar ou criar uma nova capa, mas aqui eu achava que merecia uma arte própria, como a que foi feita para a edição portuguesa, lançada pela Saída de Emergência.

Quanto ao miolo, vocês já devem estar cansados de saber, continua sendo simples e correto, sem nenhum tipo de diferencial de layout, como praticamente todos os projetos da editora.


História

Apesar de já possuir a primeira trilogia escrita pelo autor, ainda não tinha lido nenhum de seus livros. Quando vi que a Arqueiro iria lançar uma nova série de Sylvain Reynard fiquei interessada mas receosa de que fosse uma continuação dos livros originais. Como um spin-off fica mais fácil de acompanhar a história.

Assim… eu tomei um spoiler do final da série de Gabriel e Julia, mas se me propus a ler uma história que vinha depois dos acontecimentos de A Redenção de Gabriel, era uma grande possibilidade de acontecer. Acredito que não vai estragar minha experiência quando eu for ler a primeira trilogia, porque era uma coisa meio que eu já esperaria de qualquer forma. Mas se você não gosta de nenhum tipo de spoiler, sugeriria que começasse primeiro com a série do Inferno de Gabriel e depois passasse para Noites em Florença. ^.~

Em A Transformação de Raven acompanhamos a história de uma jovem restauradora de arte americana, que trabalha na universidade de Florença no núcleo que cuida de quadros de Botticelli. Raven tem quase 30 anos mas nunca teve um relacionamento muito longo. Seus únicos dois namorados não foram muito positivos em sua vida, um não ligava para ela, e o outro a traiu. Já dá para perceber que a autoestima da moça não é das melhores.

Além disso, ela se considera feia e gorda e tem uma deficiência na perna direita que faz com que precise de uma bengala para se locomover. Essa questão da perna de Raven é um dos “mistérios” da história, uma questão do seu passado que ela comenta vagamente ao longo dos acontecimentos até a hora da “revelação”.

Do outro lado temos o gatinho-bonzão-tudibom-macho-alfa-vampiro-sinistro e Príncipe de Florença. Antes indiferente aos humanos que habitam seu reino, uma noite é atraído pelo cheiro inconfundível de uma safra incomparável de sangue e se depara com Raven sendo espancada e quase estuprada por três marginais. Não só ele, mas como outros vampiros de seu reino também se aproximam, mas o Príncipe salva a jovem e desaparece com seu corpo quase morto nos braços.

Aqui começa a dança entre o vampiro e a jovem “quebrada” enquanto os dois se conhecem e se descobrem ao longo da história. Achei bastante sensual, com boas cenas entre Raven e o Príncipe. O passado de cada um dos dois é interessante e envolvente.

Raven é uma sobrevivente e defensora em vários sentidos, tanto familiar quanto pessoal e profissional. Ela quer salvar todo mundo, mesmo aqueles que provavelmente não tem ou não mereceriam salvação. Mas em muitos momentos Raven enche o saco. Toma decisões que me parecem completamente erradas, escolhe sempre o lado “torto”, sofre demais em situações que são muito simples. Muitas vezes é compreensível dado o passado e o nível de insegurança que ela tem, mas em outros momentos só me dava vontade de dar uns tapas na cara dela.

Bitch slap

Tudo bem que eu sou leitora, e estou racionalmente fora da situação em que ela está lá sofrendo por seus próprios medos. Mas fica parecendo que foi um artifício do autor para criar a tensão no relacionamento entre ela e o Príncipe. Que tem uma paciência de Jó, diga-se de passagem.

Ele é daqueles gatinhos que são insistentes, que apanham, são pisados, cuspidos e amassados, mas sempre voltam. E ainda bem que ele faz isso, porque se fosse depender da Raven tomar alguma atitude… acho que nem a eternidade vampírica ia dar conta.

Em alguns momentos eu achei a história lenta, porque além do plot do desenvolvimento do relacionamento entre Raven e o Príncipe, o autor também preenche os espaços com o mistério da invasão de Florença por caçadores de vampiros e o roubo de obras de arte da faculdade onde Raven trabalha. Então existem momentos em que são os núcleos de cada um separado que são apresentados, e às vezes era um tanto quanto arrastado.

Em compensação, as cenas dos dois juntos, quando Raven não está de mimimi, são bem construídas e sensuais, não tanto descritivas quanto as de outras autoras (como as da Maya Banks ou Sylvia Day), mas dão o toque certo de sexualidade para a história.

Não sei se gostei muito da forma como o livro acaba porque ficou parecendo uma quebra de “parágrafo” e não um fechamento de plot com cliffhanger. Você só tem ideia de que vai “dar ruim” lendo o trecho de degustação do próximo livro. Particularmente, eu preferiria que o livro tivesse acabado com a situação do trecho extra do que da forma que realmente foi encerrado. Também fiquei esperando pela transformação de Raven, que diz no título do livro, e meio que não consegui descobrir se ela se transformou ou não.

Gostei de conhecer Sylvain Reynard. Fora sua heroína mimizenta e seu herói quase blasé, independente de ele ser um vampiro, a história conseguiu me envolver e me interessar a ponto de esperar pelo segundo volume. Agora é arranjar um tempinho para encaixar a trilogia de Gabriel para ver como os personagens chegaram em seu final que já tomei de spoiler. XD


Até a próxima! o/

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