resenha

Os Três – Sarah Lotz

19 ago 2014
Informações

Os Três

Sarah Lotz

arqueiro

série ---

391 páginas | 2014

3.5

Design 4.5

História 2.5

16

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Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular: Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas… Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele… Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.

Design

O design do livro é o que meio o que salvou a nota. Fugindo do padrão de miolo que a Arqueiro costuma produzir, Os Três foi um bonito produto final.

A capa é muito instigante. Tudo bem que a imagem na internet tem um apelo muito maior, muitas vezes quando a arte vai para impressão, a sobreposição das tintas e dos vernizes pode “matar” um pouco o resultado visual. Mas a combinação de preto fosco, vermelho e verniz, além do título em caixa alta em branco, cria uma força visual muito grande. Se você procurar e se esforçar um pouquinho dá para ver um avião logo acima da marcação das crianças. O único ruim da capa é que, para criar o efeito de unidade da capa com a borda do miolo que foi pintada de preto, ela não possui orelhas. Não ter orelhas significa que ela fica mais frágil, com tendência a amassar as pontas. Meu maior medo foi que ela rasgasse dentro da mochila, já que estruturalmente a capa está bem mais fraca.

O miolo é um espetáculo. É como se fosse o miolo de outro livro, chamado Quinta-Feira Negra: Da Queda à Conspiração, dentro do livro Os Três. Dividido em partes com aberturas com bastante impacto e capítulos com diferentes tipos de diagramação. Os mais comuns são os de transcrições de entrevistas, com uma abertura em fonte sans-serif para contextualização do texto, e depois uma fonte serifada para o conteúdo propriamente dito. Um outro tipo é para a transcrição de diálogos em um fórum/chat, e aqui o projeto gráfico tenta manter um contexto de internet, usando fontes sans-serif e mantendo a mesma estrutura de uma janela de bate-papo, com o nome das pessoas que participam da conversa.

Apesar de não possuir as informações de cabeçalho que eu gosto muito e acho sempre importantes, todo o projeto em si consegue manter a nota de Design alta. Apesar de ser a primeira edição, fora os erros de grafia propositais de “transcrições de entrevistas”, não percebi nenhum problema de revisão. Um resultado muito bonito da editora. :)


História

Provavelmente vou dar motivos para vocês duvidarem da minha capacidade mental, mas não posso mentir para vocês, não é? Não entendi Os Três… O.O

A narrativa é ótima! Tensa, angustiante em alguns momentos, viciante. É meio que um metalivro, um livro dentro do livro. A autora consegue construir uma história que parece real: os dados, os depoimentos, a construção da histeria em torno dOs Três. Mas no fim, eu fiquei sem entender como tudo termina. Não é nem um final aberto clássico que você meio que define o que espera para o término da história. O livro para mim só termina. BUM, fim na sua cara! =/

Sabem, fiquei com a sensação de que sou muito burra para entender a história, e não é um sentimento muito legal. Ainda mais quando tudo evolui para um clímax em que as ações dos personagens vão ser explicadas, os motivos de todos os acontecimentos, qual a especulação é a verdadeira. E eu só tive um grande nada. Não consegui ligar os pontos, se é que tiveram pontos para serem ligados. Sabe aquela sensação da última temporada de Lost de “WTF”? Pois é, me acompanhou durante boa parte da leitura.

Vejam bem, quatro aviões caem ao mesmo tempo em diferentes lugares do mundo. Três crianças são as únicas sobreviventes em três dos acidentes, mas uma americana, antes de morrer, deixa uma mensagem no celular, avisando para que se tivesse cuidado com “o menino”. Daí em diante, a autora constrói a narrativa através do tempo depois do acidente e dos depoimentos de vários envolvidos ou com os parentes das crianças. Os Três quase não tem uma participação real e efetiva na construção de seu mistério ou de suas histórias.

Então são muitos personagens contando pedaços da trama, além dos principais responsáveis pelas crianças. Envolvendo tudo isso, existem as teorias de conspiração, e é uma misturada de invasão alienígena, com profetas apocalíticos e questões governamentais. No fim, uma das teorias que ganha mais força é a do arrebatamento e de que as crianças são os cavaleiros do apocalipse. Isso por si só já é assustador, mas o comportamento das crianças, quando elas finalmente são introduzidas na história, também deixa você arrepiado, principalmente o da única menina sobrevivente.

Mas apesar da tensão e da angústia, terminar o livro sem uma explicação, com um final ambíguo, é tão frustrante que deixa aquela sensação de que “perdi meu tempo” investindo na leitura. =/ Você não consegue criar empatia pelos personagens, você demora a realmente saber o que está acontecendo com as crianças, não explica o que causou a queda dos quatro aviões, demora a entender a profundidade da loucura causada pelas histerias das especulações. É quase como se fosse dados demais que não realmente te entregam informação nenhuma.

A sensação é que a autora apresenta a história comendo pelas beiradas, sem nunca chegar ao ponto principal que é O QUE SÃO AQUELAS CRIANÇAS DOIDAS DE PEDRA?! No fim o livro só me valeu pelo pesadelo mais aterrorizante que tive nos últimos anos, que me acordou às 5h30 da manhã, e só. Uma pena, uma vez que tinha muito potencial para ser um livro de “explodir cabeças”.


Até a próxima! o/

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2 Comentários

  • Responder Bookman 22 ago 2014 at 11:51

    Mesmo dizendo que não “entendeu” com uma apresentação tensa e interessante como foi feita será que vale a leitura? Será que outros podem curtir?
    Parabéns pelo post e o blog!
    Abs

    • Responder Samara Maima 17 set 2014 at 13:18

      Oi Bookman, acredito que pessoas que gostam de thrillers e suspenses com algum tipo de “quebra-cabeças” podem sim curtir Os Três. Acho que o livro pode não ter funcionado para mim, mas não deixa de ser interessante. ^.~

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