resenha

Mago: Espinho de Prata – Raymond E. Feist

12 ago 2014
Informações

espinho de prata

raymond e. feist

saída de emergência

série a saga do mago #3

416 páginas | 2014

3.75

Design 4

História 3.5

Durante quase um ano, a paz reinou nas terras encantadas de Midkemia. Porém, novos desafios aguardam Arutha, o Príncipe de Krondor, quando Jimmy, a Mão – o mais jovem larápio do Zombadores, a Guilda dos Ladrões – surpreende um sinistro Falcão Noturno prestes a assassiná-lo. Que poder maléfico fez com que os mortos se levantassem para combater em nome da Guilda da Morte? E que magia poderosa poderá derrotá-los? Mas primeiro o Príncipe Arutha, na companhia de um mercenário, um bardo e um jovem ladrão, terá que fazer a viagem mais perigosa da sua vida, em busca de um antídoto para o veneno que está prestes a matar a bela Princesa no dia do seu próprio casamento.

Design

Mantenho a mesma nota e opinião que já comentei no primeiro volume (você pode ler aqui). Desta vez preciso acrescentar que não curti muito essa capa. Comparada com as duas anteriores, que tinham alguma coisa a ver com o plot principal em cada uma das dimensões, esta ilustração ficou um pouco “qualquer coisa”. Duas figuras obscuras em um cenário obscuro, que não acrescenta em nada à história em si.

Duas coisas legais do miolo foram o “previously on Mago”, para ajudar o leitor a relembrar o que aconteceu nos livros anteriores, e o mapa de Midkemia que já vem no começo. Só que, para variar, só o de Midkemia estava encartado, e em certo momento da história Pug volta a Kelewan e… cadê o mapa?! Vai ver que as duas dimensões não podem conviver juntas em um mesmo livro. XD


História

Acho que vale começar a resenha dizendo que, apesar de eu ter dado uma nota mediana, o livro é muito bom! A questão aqui é que eu esperava um desenvolvimento da história de forma completamente diferente do que aconteceu.

Talvez possam existir leves spoilers durante a resenha, então leia por sua conta e risco, ok? ^.~

A Guerra do Portal terminou há um ano e os irmãos Arutha, Lyam e Martin estão voltando de uma viagem marítima que serviu para apresentar o novo rei e fortalecer as alianças do reino. Grande parte da história vai girar em torno de Arutha, o filho mais jovem do falecido Duque de Crydee e agora príncipe de Krondor. O jovem não consegue parar de pensar em Anita, a filha do seu antecessor em Krondor. Ele tem dúvidas se a moça vai aceitar ser sua esposa, principalmente pela grande diferença de idade entre eles.

Quantos anos você tem?
Como vocês devem lembrar das resenhas anteriores, eu tive dificuldade de ter uma ideia real das idades dos personagens. Em Espinho de Prata em algum momento (se eu não sonhei) é dito que Pug tem 26 anos, isso significa que Arutha deve estar com 28. Se me recordo bem, Anita tinha 7 anos quando conheceu Pug com 16. No fim das contas aparentemente a diferença entre Anita e Arutha giraria em torno dos 10 anos… ok, chega de suposições matemáticas. XD

Entra na história Jimmy, um ladrão que conhecemos no livro anterior e que ajudou Arutha a fugir de Krondor quando estava sob o poder de Guy de Bastira. Jimmy tem grande afeição por Arutha e acaba descobrindo uma conspiração para tentar assassinar o príncipe. Indo contra as regras da guilda dos ladrões que faz parte, e perigando ser morto por sua escolha, ele decide avisar primeiro Arutha de tudo o que aconteceu.

Neste momento a fantasia abre um pouco de espaço para o “horror”, uma vez que os inimigos de Arutha voltam dos mortos e se mostram praticamente invencíveis, até nossos heróis conseguirem descobrir seu ponto fraco. Confesso que as cenas de ação em que Arutha, Jimmy e Laurie (o menestrel que Pug salvou em Kelewan, lembram?) enfrentam os soldados “zumbis” são bastante assustadoras.  T_T

THRILLERmjdance

A verdadeira aventura começa depois do casamento fracassado de Arutha com Anita, quando uma flecha envenenada direcionada ao rapaz acaba acertando a jovem. Aqui temos uma amostra de alguns poderes impressionantes tanto dos sacerdotes de Midkemia quanto de Pug, que conseguem criar um ambiente onde o tempo corre muito mais devagar, impedindo que o veneno mate Anita. Além disso, um inimigo muito poderoso, que age por trás dos mortos vivos e de toda a movimentação dos moredhel, quer concretizar uma profecia da qual Arutha é um dos principais personagens.

Duas “parties” são formadas: Arutha, Jimmy, Laurie se dirigem para o norte, para tentar encontrar informações sobre o Espinho de Prata, a planta de onde foi extraído o veneno que está matando Anita, e talvez sua única chance de cura. A outra conta com Pug, Gardan e Dominic, sacerdote de Ishap, que precisam pesquisar a verdadeira origem do inimigo oculto, que pode ter escapado pelo portal de Kelewan antes de ele ser realmente fechado no final da guerra.

Diferente dos livros anteriores, Pug só ganha espaço e participação do meio para o fim da história e, quando aparece, quase monopoliza todo o enredo. Arutha e Jimmy conduzem uns bons 2/3 de toda a ação, e Tomas quase não faz nada. Os anões não apareceram na história, mas o desenvolvimento do passado dos elfos e um pouco de explicação sobre os tipos de magia de Midkemia e Kelewan é apresentado para o leitor.

Mas… sempre existe um mas
Vamos lá, eu gostei muito da história. Raymond E. Feist continua com uma narrativa rápida, descritiva (sem ser chata) e com personagens muito envolventes. As cenas de ação são muito bem construídas, o mistério do inimigo é interessante e o desenvolvimento dos personagens e suas buscas por sucesso são instigantes. Mas tudo o que ele construiu nos livros anteriores e que me surpreendeu ficou faltando em Espinho de Prata. O romance, o desenvolvimento dos personagens, as mulheres na trama. Acho que de tudo, a falta de presença feminina ativa foi o que mais me incomodou.

As principais mulheres da Saga do Mago são Anita (que estava em estase e não conta), Carline (a irmã mais nova de Arutha e que tinha começado a aprender a lutar com espadas), Katala (esposa de Pug) e Aglaranna (a rainha dos elfos), e nenhuma delas tem um papel relevante na história. Isso pode não afetar os leitores-meninos mas não ter um personagem com quem criar identificação durante toda a história é um pouco depressivo. Ao invés de ser parte integrante da construção da narrativa, você passa a ser apenas um espectador.

Quando terminei a leitura fiquei pensando quais personagens poderiam ter sido mulheres durante a trama: a própria Carline poderia ter participado da busca pela cura, uma vez que treinou esgrima na época do cerco a Crydee; Jimmy poderia ter sido menina – uma mulher se encaixa como ladra e faz sentido por ser leve, ágil e furtiva; Galin, um elfo amigo de Martin, que ajuda o grupo de Arutha quando vão para o norte, poderia ter sido uma elfa que desse suporte para os personagens; Baru, um hadati em busca de vingança, poderia ser uma mulher como a Brienne de Guerra dos Tronos. Não era muito complicado, ia manter toda a cadência da história, mas existiria uma presença feminina para participar ativamente da aventura. u.u

De qualquer forma, tudo se encaminha para uma grande batalha no quarto, e acredito, último livro deste ciclo do Mago. Já meio que espero que será novamente um livro basicamente masculino, mas quero muito saber o final da história e até aonde os poderes de Pug podem chegar.


Até a próxima! o/

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